Pra sempre, Chinoquinha!
Outro dia eu revirava alguns tecidos guardados
quando uma estampa marejou os meus olhos empoeirados
era o vestido de chita que em sillueta esvuaçava
Chinoquinha dos meus sonhos, das noites enluaradas!
Te lembras da flor do campo que enfeitava a cabeçada
de um mouro escarceador regressando da tropeada
pois esta flor que te trouxe enfeitou nosso ranchinho
e seguiu brotando sonhos emponchados de carinho!
Revivi tudo que eu tinha naquela estrada da vida
e em cada dois ou três dias em outra estrada comprida
pensava nas rédeas curtas outras vezes estendidas
nos acordes de casco e pedra tu compunhas a minha vida!
Tantas luas já passaram em nosso destino firmado
nos meus sonhos mais bonitos, o mesmo rosto guardado
há tempos o teu sorriso não me deixa andar sozinho
pois tu via a flor no campo onde só via o espinho!
Pra quem tem lua nos olhos e uma ânsia de chegada
a certeza do retorno faz bem mais curta a estrada
hoje a tropa adormecida traz recuerdos por verdade
meus aperos saõ lembranças e o mouro virou saudade!
Foi assim, quis o destino, as duas almas unidas
hoje verso e melodia não deixam rimas perdidas
a saudade fez morada numa tapera esquecida
e eu cevarei o teu mate, todos dias da minha vida!