Um zaino negro e um amor
O que me resta é bem pouco,
Um zaino negro e um amor;
O potro eu quem domei,
E a paixão me domou.
O Zaino carrega as dores,
De tanto que já andei;
A procura dos carinhos,
Que só agora eu achei.
Laço que fiz, foi para anca;
E a presilha arrebentou.
Pouco sei de trançar cordas;
Menos ainda de amor.
Sovei bastos, fiz cavalos,
Perdi as luas de enfrenar,
No serviço ajeito a doma,
No teu passo, aprendo amar!
Fiz um verso sem métrica,
Sem tino e fora da lei.
E um cantar desafinado,
Não sei como lhe conquistei.
Romance sem interesse,
Sincero, pleno e sonhador.
Se um dia o zaino padece,
Eu sigo a trote ao teu amor!