PARAPEITO
Bem ali em frente "as casa"
Eu firmei um Parapeito
Pra o "recosto" dos arreios
Pra chegada de outros tantos;
Para o uso dessas horas
De atar, soltar esporas
De sair, voltar do campo.
E lembrei por esse instante
Que a "Cherga" seca o suor
Que tu sempre foi senhor
Nos bolichos do caminho;
Onde chegavam campeiros,
Domadores e tropeiros
Com saudades de algum vinho.
E na frente das Estâncias
Pra quem vinha de cruzada
Recebia o "oh de casa!
E o "permiço" pra chegar;
Era quase uma oração
Benzida pelo Patrão
"Se achegue! Pode apeiar"!
Tantas vezes nas carreiras
Apreciando os "Parelheiros"
Escorava o cotovelo
De algum índio, nessa cena;
Depois dum gole de canha
Espiar e fazer "sanha"
Pra alguma China Morena.
Era tu, também nas vilas
Nos potreiros da cidade
Junto a própria identidade
Daquilo que mais relembro;
Quem do campo, hoje passado
Te encontra um "pingo amilhado"
Pras lembranças dos setembros.
Por isso sim, Parapeito
Te firmei em frente "as casa"
Pra lembrar da gauchada
Desse tempo, sem ter fim;
Pra o recosto dos arreios
E as histórias de campeiros
Lá do Rincão de onde eu vim.