CABRESTEADOR
Não foi por culpa da trança
ou desamor do cabresto…
Que me encantava as estradas,
sem precisar de pretexto!
Sempre foi minha esta sina
de não ser aquerenciado,
por chamamento e caminho
e revirar meu passado…
eu já cruzei corredores
e já cortei campo e mato...
Já deixei couro agarrado
no espinho - unha de gato! -
Eu só não perco essa balda
de ‘só meu poncho’ de abrigo,
e levar tudo o que tenho
de tiro, junto comigo...
Cabresteador me enxerguei
se me pediram ajuda,
no largo da pampa grande
pra ser cavalo de muda!
Aceito a corda que dita
o rumo de cada passo,
e o outro pingo é cincerro
que me segura no rastro…
Não foi por culpa de um outro
nem teimosia da trança,
que dobrei ‘dois par’ de cascos
nos rumos das minhas andanças.
Voltei pra ser das estradas
e sempre vai ser assim…
Cabresteador que me vejo
pra não perder-me de mim!