Verso Sem Campo
Quem sabe perdeu o brilho
Talvez morreu esquecido
No hoje pouco se canta
Nosso passado vivido
Ramalhou trança do tema
Da redea e soveu torcido
Silenciou canto de tropa
E o era boi do tropeiro
O bate bate de guampas
Lamento de boi franqueiro
Entre culatra e fiador
Não sei quem sumiu primeiro
Pra onde se foi o tema
Das noites de pirilampo
As rimas de alambrador
Arame, moerão e grampo
O campo deixou o poeta
E o mesmo deixou o campo
Lindos romances de lua
Esses banhados na sanga
De china e beijo roubado
Em lábios cor de pitanga
Namoro largo em domingo
Nas tardes de chuva em manga
A força dos domadores
Não vejo cantarem mais
Se a poesia na doma
Vem na baba dos bocais
E o homen que por silente
Entende a voz dos baguais