Cola de Sorro

(Chamarrita)

Sapecada da Canção Nativa

Cola de Sorro

 

Eu delimito a fronteira

Entre banhado e coxilha

Faço parte das pasturas

Prole pobre da família

 

E tenho tantos vizinhos

Nestes rincões que habito

Em qualquer lugar que estou

Por certo não tô solito.

 

Pra cima tem a carqueja

O alecrim e o mio-mio...

Grama fina de forquilha

Que o gado gosta é macio.

 

Pra baixo tem santa fé,

Caraguatas , japecangas...

Que guardam com seus espinhos

Toda a pureza da sanga.

 

Cola de sorro rebrota

Renovando a tez do campo

Cola de sorro é valente

E salva a vida de tantos!

 

Esse meu pelo gateado,

Opaco que não reflete...

Destoa o verde do campo,

E faz lembrar d'algum flete.

 

Por vezes eu mato a fome

Do gado que me arrodeia

Quando o campo vem rapado

Por geada ou por seca feia.

 

Meu aguente pra intempéries

Já salvou muitos do couro...

Por brabo que o tempo vá

Eu me dobro, mas não morro.

 

E o fogo quando se alastra

Pelo vento galopeado

Deixando por onde passa

Um cenário desolado...

AUTOR(ES) DA LETRA:

Paulo Ozorio Lemes
Santana do Livramento, RS

AUTOR(ES) DA MÚSICA:

Marcelo Holmos Fagundez
Santana do Livramento, RS

FICHA DE PALCO


Juliano Moreno - Violão e vocal

Felipe Bartmann - Contrabaixo

Robson Garcia - Interprete

Thiago Antunes - Violão

Marcelinho Nunes - Gaita Botoneira

Paulo Ozorio - Shaker