os tempos do campo

(milonga)

Sapecada da Canção Nativa

OS TEMPOS DO CAMPO                                milonga

 

A lida me topou de frente,

Mirou nos meus olhos,

Me fez enxergar ,

Que há um tempo de curtir o couro,

Tirar buenas loncas e depois trançar.

Há um tempo de fazer aperos,

Ajeitar encilhas para bem montar,

O tempo é pingo bem ligeiro

E quem não for campeiro ,

Não vai camperear.

 

Há um tempo de domar os flétes,

Com calma e paciência fazer redomão ,

Com jeito apertar bocal,

Sujeitar bagual sem frouxar o garrão,

Saber das luas para a enfrenada,

Evitando aquelas , de deixar babão,

Seguir o tempo e o raciocínio ,

Para o arrocínio, sem usar tirão.

 

 

 

 

 

Há um tempo de semeadura

E ver brotar nos campos verde pastiçal ,

Há um tempo de apartar bezerros ,

Repontando o gado rumo ao curral ,

Há um tempo de esquentar a marca,

De contar na tarca sem usar buçal...

É a vida que corre e não para ,

E em cada seara traz luz natural.

 

Há um tempo de vida latente ,

Em cada semente que está fecundada,

Germina, cresce e floresce

E amadurece se for cultivada.

Às vezes surgem asperezas ,

Porque a natureza , tem seca e trovoada

Mas sempre que alguém acredita

A safra é bendita  na terra lavrada.

 

Então , o ciclo se completa

E a vida é repleta de sonho e labor ,

Do campo é que vem o sustento

E o alimento, traz o real valor ,

De ser campeiro e de fazer querência,

Manter a tenência entre espinho e flor

E o pago será mais feliz

Nutrindo a raiz , com paz e amor

AUTOR(ES) DA LETRA:

HERMES REGIS LOPES
Caxias do Sul, RS

AUTOR(ES) DA MÚSICA:

JULIANO MORENO
Santana do Livramento, RS

FICHA DE PALCO


FELIPE GOULART - VIOLÃO

MATHEUS AUGUSTO KRUMMENAUER - VIOLÃO

RODRIGO MAIA - CONTRABAIXO

JULIANO MORENO - INTÉRPRETE E GUITARRON

ADAIR DE FREITAS - INTÉRPRETE

MAYKELL PAIVA - VIOLÃO