D'ALVAS E NAZARENAS

(MILONGA)

Sapecada da Canção Nativa

D’ALVAS E NAZARENAS MILONGA

A estrela d’alva é uma espora

calçada ao pé do luar;

Roseta miúda a girar

conforme a noite caminha.

E o próprio céu “acarinha”

sem medo de ser cortado

na ponta d’um fio afiado

que a Boieira já não tinha.

Ela resvala no couro

da imensidão estendida;

Como uma china perdida

de atrás dum amor antigo.

Por vezes, pena o castigo

da solidão que carrega…

Por outras, de ponta cega,

alumbra estradas comigo.

Sem tentos ou garroneiras…

Sem chorar caminho a fora…

Não nasceu pra ser espora

mas confunde a quem espia. …

E quando encontrei o dia

na luz da manhã nascendo,

vi que a D’alva ia morrendo

sem contar se voltaria.

A nazarena é uma estrela

cruzando o chão da mangueira; …

É pua a viver lindeira

do par que guarda o ferrão.

Tocando o suor do cinchão

mata a sede das lonjuras…

E alguém, campereando, jura

ter luzeiros no garrão.

Vai clareando o firmamento

que há no pêlo d’algum pingo;

Como um riso de domingo

na face triste das horas.

E quando a tardinha implora

razões pra desencilhar

outra vez vai se apagar

o brilho dessas esporas.

Sem o rastro da crescente

pra seguir quando escurece…

Somente o seu canto - prece -

que faz coro no sem fim.

Parto e volto sempre assim:

escutando as nazarenas

enquanto a noite morena

clareia estrelas pra mim.

AUTOR(ES) DA LETRA:

Matheus Costa
Dom Pedrito, RS

AUTOR(ES) DA MÚSICA:

LUIS FERNANDO BENDER MARQUES RIBEIRO
Dom Pedrito, RS

FICHA DE PALCO


Matheus Leal - Intérprete

Jeam Carlos Godoy - Violão

Gustavo de Oliveira Otesbelgue - Violão

Evandro Pires - Gaita

João Guilherme Soncini - Recitado

Rafael Garcia - Violão

João Marcos - Contrabaixo