NOME DE TAPERA

(Milonga)

Sapecada da Canção Nativa

NOME DE TAPERA

 

"Más o menos" vinte anos

que o rancho do Ruivo Lopes

ficou solito, tapera…

"Más o menos"...pois se era

quando inda tinha o tostado

troncho e marca de Cadeado,

da Estância da Primavera.

 

"Tapera do Ruivo Lopes",

entonces pra todo pago

foi virando despacito

o nome do rincãozito

que está pra lá do banhado,

com o ranchito arruinado

que está sumindo aos pouquitos.

 

Soa triste e soa lindo

o nome de algum paisano

adonde viveu feliz:

marca eterna, cicatriz

sobre pastos e aguadas,

nos relinchos das eguadas,

nos piozitos de perdiz…

 

E o Ruivo Lopes, com cismas,

sumido entre baforadas

de um pito de fumo forte,

tenta campear donde a sorte

lhe gambeteou uma armada,

mesmo que não mude nada,

mesmo que já não importe…

 

La pucha! E um nome lindo…

Nome da velha querência!

Os Lopes? Pois, sim, senhor!

Hay desde bom domador,

capataz…um foi tropeiro…

E pra compor parelheiro?

La pucha! Que gente flor!

 

E se bandear o arroio,

contornar os pajonais

e o passo desbarrancado?

Tudo, tudo está mudado…

No Dorval Torto, na Andina:

rodeios de raças finas

e os ranchos abandonados.

 

—------------------------------

 

Traços ásperos de pedras…

Confins lindos de coxilhas…

Vaga quietude de espera…

E a explicação de qual era

o seu tempo e sua gente

neste resumo dolente

que há nos nomes de tapera.

AUTOR(ES) DA LETRA:

FRANCISCO BRASIL
Bagé, RS

AUTOR(ES) DA MÚSICA:

CRISTIAN CAMARGO
Pelotas, RS

FICHA DE PALCO


Luciano Fagundes - Guitarron

Pedro Kaltbach - Violino

Aluísio Rockembach - Acordeon

Joca Martins - Intérprete

Carlos de Césaro - Contrabaixo

Roberto Borges - Violão